sábado, 27 de dezembro de 2014

Dialogando


Saída triunfante pela direita. 
A outra direita. 
Curva . Pés, caminhem, não corram, caminhem. Joelhos, podem dobrar um pouquinho, já tivemos aquela aula de autoreconhecimento e sabemos que não somos um robô. Mãos, apenas parem com isso, não está legal. Braços, balancem, ok, devagar. Para frente olhos, triunfos em forma de gente não olham para trás, ok....rapidinho....canto de olho...pronto, alvo espiado, continua lá. Boca, pare querida, está ficando estranho. Coração, quem não ajuda não deve atrapalhar. Olha só, um gato subindo na árvore. Coração, já chega, você e a boca deveriam ficar de castigo juntos, seus ridículos. Ah, Mãos, as senhoritas vão junto. Pés, excelente trabalho até aqui. Carros, carros, não seja atropelada. Eu conheço aquela pessoa ali? Olhos...
O que eu estou fazendo... foco no objetivo, saída, esqueçam olhos, mea culpa. Quadril, eu não sou uma dançarina notorna ainda, pode parar. Aliás, quando eu digo para fazer isso você não faz, vou registrar esse momento. Fome. Cérebro, eu sei que foi você, o Estômago está calado. Continue assim, Estômago. Pés, eu amo vocês, obrigada por me tirarem dos lugares. Nossa aquela nuvem parece um monstro com três olhos, hahaha, eu gostaria de modelar essa nuvem, mas eu não gosto de altura, eu poderia fazer um grande OLÁ no céu, a humanidade iria ficar chocada, eu poderia comer aquela nuvem, deve ficar uma delícia com torrada...Cérebro, você joga sujo, meu bem, sujo
E se eu fui muito rude? Meu Deus, eu fui muito rude. Eu não presto mesmo, aí depois não sei o porquê...Língua, você trava quando não deve e sai do trilho quando não pedi, não sei como agradecer. Eu mereço o inferno, em praça pública. Julgamento: Culpada. Vaias. Ovos podres. Uma imbecil, miserável, coisa horrorosa. Cérebro, repasse a cena de novo, por favor. Vejamos...unhum, unhum... Espera, volta um pouquinho...para, olha isso, Coração. Olha.Isso.
Eu fui pouco rude. Frouxa. Parece um pudim emocional. Sua pudim emocional. Não se mexe, depois não sei o porquê...aí depois quando montam você não entende, Coração, olha o que você faz, não sabe nem se defender. Cérebro, passa mais uma vez, sim, do início. Olha isso...francamente, tanto ensaio para isso? Olha, suando feito uma porca em banho maria. Jesus, Coração, a culpa é seu. Não estou apontando culpados, mas a culpa é toda sua.
Mentira. Cérebro, você também...francamente, trabalho com incompetentes. Quadril, seu mentiroso, cale a boca que a conversa não desceu o nível ainda, estamos na cúpula diretiva do umbigo para cima. Eu disse cúpula, seu imbecil. Eu poderia comprar algo para comer, eu mereço. Cérebro, faça a restrospectivas de exercícios e coisas inadequadas que comemos nos últimos 10 dias. O chocolate...? OK, ignore isso, só dessa vez, estamos em uma emergência. Meu Deus, temos três carros pretos estacionados um do lado do outro, do outro lado... nada. Espera. Vermelho, vermelho...não. Prata, prata...não, não. Pare com isso, Cérebro, sério, pare. Só um pouquinho? Tudo bem, eu acho, não é errado ne? Não prejudica ninguém e...é tão legal. Certo, eu ajudo, e se for vermlho, prata e branco? Um de cada? Não tem lógica, do outro lado são três pretos. Branco, branco...não. Mas tem um branco do outro lado. Como alguém viu que ficariam três pretos de um lado e três brancos do outro e não estacionou de modo a satisfazer esse desejo do Universo? Não, não, não. Um branco. Isso estacione aqui, desse lado. Pés, caminhem mais devagar, precisamos impedir o carro branco de estacionar no lado dos pretos, ele precisa parar do lado dos brancos. Isso...cuidado agora, pessoal...isso. Ah, excelente. Excelente.
Boca, pare de rir. Não teve graça e você parece uma louca fazendo isso. Aliás...coisa meio louca isso...Quem se importa? Eu não me importo. Eu me importo? Eu não. Fome. Cérebro, você é horrível cara, sério, eu...O que? Fale mais alto, Coração, estou nervosa aqui, o que? Eu? Não, eu sou meio babaca sabe...trouxa e frouxa. É...teve aquela vez que foi legal...sim, eu sei, mas....Ta, ta bom, mas tem também aquilo e você sabe....É,tem razão, desculpem todos, desculpem. Eu não presto, desculpem. O que? Ah...certo, ao contrário? Tem razão, rola uma metalinguagem aí....eu presto então, desculpem. Me desculpem, me desculpo.

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